Ontem, ao retornar de Itabuna para Teixeira de
Freitas, mal subi uma ladeira e fui parado por uma viatura da Polícia Federal:
pensei, depois daquela mão do cara do Vitória aos 49min, só me faltava ser
parado pela Polícia Federal, quando vi zilhões de pessoas fazerem a mesma
ultrapassagem que fiz. “O senhor pode baixar os vidros traseiros?” disse o
policial, educadamente, porém, com voz empostada, bem grave. Certamente, para “meter
medo na gente”. Imediatamente ao meu gesto de baixar os vidros: “se o senhor
quiser subir os vidros... Documentos do veículo e do motorista”. “Posso,
primeiro, baixar o volume do som, para poder ouvir melhor o senhor”, disse eu.
Ele concordou com um gesto de cabeça. “Senhor Gilson – com os documentos do
carro e do condutor à mão – o senhor fez uma ultrapassagem agora há pouco?” “Fiz”,
respondi sem vacilar. “Era faixa contínua”, argumentou ele. E eu: “nem percebi.
Vinha atrás de um caminhão, ele deu sinal que eu podia seguir, ultrapassei. Nem
notei que era faixa contínua”. Sem se manifestar, pegou o próprio telefone e
fez inúmeras anotações. Em nenhum momento menti. A BR 101 tem este particular: é
uma estrada cujos pontos de ultrapassagens regulares são mínimos. Os motoristas
das carretas, para evitar que os carros menores fiquem, às vezes, 10km presos
atrás deles, sinalizam quando é possível passar, mesmo em ponto de faixa contínua.
Após, fazer as anotações, o policial foi à viatura, meus documentos e do veículo
nas mãos, veio com um aparelho e perguntou: “o senhor já fez enxames de alcoolemia”.
Na telha, respondi: “fiz sim”. Soprei, parei e disse: ”mas, isso é o bafômetro?
Não fiz”. “Pensei que o senhor tinha dito que já fez”, disse ele meio irônico.
E prosseguiu: “o senhor bebeu?” Nem vacilei:” bebi sim. No almoço. Tomei uma
cerveja”. Ele: “Se alimentou bem?”. Eu: “E dormi até às 14h para poder pegar a
estrada”. “Assopre e segure, por favor”, depois de alguns minutos de espera.
Enquanto assoprava e segurava, eu me lembrei que a moça me deu dois opções de
latões de 550ml: Skol e Itaipava. “As duas não são cervejas, mas, dê-me uma Itaipava”,
disse, rindo. “Deu zero”, disse ele. “Pode ir, tenha cuidado com as
ultrapassagens”. Por dentro, eu ria sozinho. Pela primeira vez tirei zero em um
teste e fui aprovado. O riso interior dobrado era porque a minha tese de que
Itaipava não é cerveja foi confirmado até pelo bafômetro.
Antigamente #foratemer, hojemente #temergolpista!
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