Há uma parte da mídia brasileira que,
talvez, nunca tenha entendido bem o que significa no inconsciente coletivo um
estádio de futebol. E hoje só lamenta o esvaziamento. Um deles fez o seguinte
comentário, que ganhou as redes sociais: "Quando sentava no concreto,
podia beber e era tudo errado tinha 100 mil no estádio. Agora tudo é certo e dá
15 mil" (José Trajano). É meu caro Trajano, admiro muito seus comentários
em rede nacional de esportes. No entanto, penso que todos, inclusive eu,
esquecemos que o Estádio de Futebol tem o mesmo valor coletivo das antigas
arenas romanas. Ninguém vai ao estádio para "fazer tudo certinho".
Quem vai ao estádio quer xingar a mãe do árbitro. Quer ver o jogador do seu
time sem essa história de "fair play" em relação ao jogador
adversário, quer, ao fim de tudo, "que um coma o fígado do outro".
Ali é lugar de catarse. Tanto individual quanto coletiva. Quem quer que ali seja
o local do "tudo certinho" fica em casa. Vê com os amigos nos telões
instalados nos bares. Grita, dá soco na mesa, xinga o vizinho... Ninguém vai a
uma arena para ver o toureiro ganhar do touro. Interessa a quem vai ver o touro
vencer. É da natureza deste animal que, como todo animal, também age impulsionado
pelo instinto. Nas condições atuais, quando de Arena os estádios só possuem o
nome, não esperem lotação. Não em eventos futebolísticos. Talvez em megaeventos
religiosos, nos quais a catarse coletiva é regra.
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