terça-feira, 5 de março de 2013

O esvaziamento dos estádios de futebol


Há uma parte da mídia brasileira que, talvez, nunca tenha entendido bem o que significa no inconsciente coletivo um estádio de futebol. E hoje só lamenta o esvaziamento. Um deles fez o seguinte comentário, que ganhou as redes sociais: "Quando sentava no concreto, podia beber e era tudo errado tinha 100 mil no estádio. Agora tudo é certo e dá 15 mil" (José Trajano). É meu caro Trajano, admiro muito seus comentários em rede nacional de esportes. No entanto, penso que todos, inclusive eu, esquecemos que o Estádio de Futebol tem o mesmo valor coletivo das antigas arenas romanas. Ninguém vai ao estádio para "fazer tudo certinho". Quem vai ao estádio quer xingar a mãe do árbitro. Quer ver o jogador do seu time sem essa história de "fair play" em relação ao jogador adversário, quer, ao fim de tudo, "que um coma o fígado do outro". Ali é lugar de catarse. Tanto individual quanto coletiva. Quem quer que ali seja o local do "tudo certinho" fica em casa. Vê com os amigos nos telões instalados nos bares. Grita, dá soco na mesa, xinga o vizinho... Ninguém vai a uma arena para ver o toureiro ganhar do touro. Interessa a quem vai ver o touro vencer. É da natureza deste animal que, como todo animal, também age impulsionado pelo instinto. Nas condições atuais, quando de Arena os estádios só possuem o nome, não esperem lotação. Não em eventos futebolísticos. Talvez em megaeventos religiosos, nos quais a catarse coletiva é regra.

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