Quando soube da Audiência Pública proposta à Câmara
Municipal de Manaus pelo vereador Gilmar Nascimento (PDT) para discutir a
sucessão na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) apostei todos os meus
trocados contra cinquenta centavos de quem quisesse, sem medo de perder, como o
que o vereador queria era um palco armado para se discutir o único tema que
interessava a ele e a um dos candidatos que disputam a sucessão da Ufam:
contestar a universidade por participar do Sistema de Seleção Unificada (Sisu)
do Ministério da Educação (MEC). Acertei na mosca! Não que eu tenha uma bola de
cristal das mais eficientes. Ficou muito fácil por dois motivos claros: o
vereador Nascimento é previsível demais e possui pitadas de desonestidade
também previsíveis. Não é de hoje que ele trata do tema com uma visão
completamente estreita e equivocada. Chego até a desconfiar que algum filho (ou
filha) ou parente do vereador não consegue passar no curso de Medicina da Ufam
desde que a Instituição adotou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como
nota básica para que 50% das vagas fossem disputadas por meio do Sistema de
Seleção Unificada (Sisu). É a única explicação para o "samba de uma nota
só do vereador". Na outra ponta, está a vergonhosa e assumida defesa da
candidatura de um dos concorrentes à Ufam, feita pelo vereador. Hoje, depois de
provocado por mim, a máscara do vereador foi arrancada e ela assumiu que tem um
candidato a reitor da Ufam. É vergonhoso e, no mínimo pouco honesto, um
vereador usar o expediente da Audiência Pública para tratar de interesses
particulares. O vereador em questão, de muitos mandatos, ao invés de insistir
em mudar a decisão do Conselho Universitário (Consuni) da Ufam e querer
"congelar" a história do Amazonas "até que estejamos em
igualdade de condições para concorrer nacionalmente", deveria ter feito a
lição de casa e cobrado dos governos do Estado e do Município melhoria da
qualidade da Educação. E não, vergonhosamente, manipular audiências públicas em
prol de uma candidatura que ele defende na Ufam. Uma lástima! Mas, normal em se
tratando de Gilmar Nascimento.
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