Olho para o “mundo dos ricos” vejo vício. Para o dos pobre também. O
vício que mais me preocupa, porém, é o da dominação, do pensamento totalitário
e único. Que os partidos da antiga esquerda, que hoje estão bem à direita, chamavam
de “centralismo democrático”. Ao que parece, porém, esse centralismo
democrático de então se transmutou para o que hoje, talvez possa ser chamado de
“totalitarismo democrático do capital”. Por mais contraditório que possa
parecer, o regime continua democrático, com eleições regulares, todas, porém, a
serviço do capital e de um ideário nacionalista de “mentirinha”, ou seja, para
consumo interno. O que se tem na América Latina, e o Brasil não foge ao modelo,
são antigos dirigentes da esquerda histórica mancomunados ou com militares ou
com a velha elite da antiga direita com um único objetivo: manter o poder ad
eternum. Expertamente essa turma se apoderou da democracia burguesa, usa seus
artifícios, como bolsa disso, bolsa daquilo, numa prática clientelista das mais
nojentas, para perpetrar algo antes criticado por todos eles: a dominação como
vício. Em cada estado do País forjou-se um líder linha-dura como se a federação
fosse formada por neocapitanias hereditárias. Quem incomoda o “grande líder”
desse “totalitarismo democrático” é execrado em Praça Pública ou se cria uma “frente”
para massacrar que ousa enfrentá-lo. A disputa pela prefeitura de São Paulo é
um exemplo disso. Assim como não é à toa que uma candidata à Prefeitura
Municipal de Manaus (PMM) não diz outra coisa nos programas eleitorais
gratuitos dela: “Vou estabelecer parcerias com Lula, Dilma, Braga e Omar”. É um
mantra que ela repete para qualquer problema da cidade. A alternância de poder,
algo defendido também como um mantra por essa turma que hoje ocupa o poder como
essencial para a democracia parece ter sido esquecida. Ou o totalitarismo
democrático do capital a apagou de vez dos manuais da hoje neodireita do poder?
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