domingo, 30 de setembro de 2012

A revolta do rebanho nas eleições


Manaus assiste, no horário eleitoral gratuito, talvez, a mais desavergonhada das propagandas. Nunca, na história desta cidade, se usou tanto o nome de Deus em vão e com fins de apoiar candidatos. E são relações das mais esdrúxulas. Ontem, por exemplo, vi fiéis da Igreja Evangélica Assembleia de Deus, de branco, em cima de um palco, a cantar um louvor em prol da candidata Vanessa Graziottin, do PC do B. Em seguida, os pastores, donos da Igreja, Jonatas Câmara e Ana Lúcia Câmara, certamente em nome de Deus, reforçavam o pedido de votos e afirmavam que a candidata é do bem e vai cuidar de Manaus. Um casamento desses, certamente, não é coisa de Deus porque desde que o mundo é mundo, comunista não acredita em Deus por princípio. O problema é que os comunistas do amazonas, quiçá os brasileiros, são coisa do outro mundo: acreditam em Deus, desde que isso dê oportunidade de manter o poder, muito embora cruzem os dedos todas as vezes que pronunciam o nome de Deus. Mal termina o horário dos comunistas e entra a coligação que representa os interesses políticos de Artur Neto (PSDB). Mais parecia o apocalipse. Cantores evangélicos proclamavam que “o exército de Deus vence”. Fiquei a me perguntar: se Deus é único, qual deles vencerá, uma vez a grande maioria do exército (não seria rebanho) está ao lado da candidata comunista? A conclusão mais sensata é que o rebanho deveria se rebelar e dizer um imenso NÃO a essa determinação dos pastores. Não se pode misturar religião com partidos políticos. O estado brasileiro é laico e assim tem de sê-lo para o todo e sempre. Caso contrário, a democracia será ferida de morte. Nem Deus nem a sociedade ganham com essa mistura esdrúxula entre a religião e a política.

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Um comentário:

  1. De fato, professor! Eu já havia comentado esse tipo de atitude, chamando-a de asquerosa. Pura manipulação da fé alheia em favor de interesses pessoais. Se o inferno ou o umbral realmente existem, esse pessoal já tem lugar marcado por lá.

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