terça-feira, 5 de junho de 2012

Fusão Trip e Azul pode gerar perdas ao consumidor


Dia 03 de junho de 2012, domingo, fiz o voo 5303, da Trip, em uma aeronave Embraer 190, direto, entre Manaus e Belo Horizonte. Foram 3h10 de um voo tranquilo, numa aeronave estável, que, de certa forma, enche-nos de orgulho em ser brasileiro. Em saber que temos capacidade para fabricar aviões do porte deste modelo e concorrer com empresas internacionais de igual para igual (penso até que, com vantagens, embora entenda pouco de aviação civil). A viagem só serviu para me confirmar algo que já havia revelado aos meus leitores e leitoras: a Trip é a companhia aérea brasileira com melhor serviço de bordo. E não cobra por isso, como o faz, agora, a Gol em alguns dos seus voos. A TAM linhas aéreas, que tinha um primoroso serviço de bordo em tempos idos, hoje tem serviço similar ao da Gol. Em breve, talvez também comece a cobrar pelos lanches servidos a bordo. Claro, todos sabemos, que embutido no preço das passagens, está o custo dos lanches e de todo o serviço de bordo. O problema é que o mercado de aviação no Brasil, ao invés de se pautar pela concorrência com qualidade de serviços, começa a se tornar um mercado de companhias de baixo custo, como é o caso da Gol e da Azul. Quem começou pequena e tinha como diferencial o serviço primoroso, a TAM, curvou-se. A Trip seguiu os caminhos da TAM e passou a crescer pelo mesmo diferencial da qualidade dos serviços aliada ao preço das passagens. Para o consumidor, o problema será se a empresa for engolida pela Azul e por sua política de baixo custo. Ainda não fiz nenhum voo pela Azul. Creio, porém, a partir das conversas de colegas que já voaram pela empresa, que os serviços, nem de longe, compara-se aos da Trip. O que essa fusão pode gerar? Além de aumento no preço das passagens, queda na qualidade dos serviços, inclusive de bordo. Resultado: perdas irreparáveis para os consumidores. Não é bom esquecer que já tivemos no País um oligopólio de três grandes companhias: Varig, Vasp e Transbrasil. As três afundaram até serem engolidas pelas dívidas e pelas novatas TAM e Gol. Não seria o caso de o Governo incentivar a concorrência entre empresas de aviação regional que prestassem bons serviços de bordo, com o faz a Trip? Quantos aos serviços em terra, a Trip abusa dos seus clientes. Em Uberlândia, por exemplo, faz operações em Code Share com a TAM mas não entrega as bagagens. Pura irresponsabilidade que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) deveria punir com extremo rigor.

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