O
ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit),
Luiz Antonio Pagot, não se conforma com o fato de a “CPI do Cachoeira” ter
adiado seu depoimento. Em conversa telefônica com o senador Pedro Simon
(PMDB-RS), Pagot revelou que “se os congressistas não quiserem ouvi-los ele irá
procurar espontaneamente o Ministério Público Federal (MPF).” Esse, talvez,
seja o grande receio dos componentes da dita “base aliada” e, inclusive, da
oposição. Quando abriu o bico pela primeira vez, Pagot revelou que “ajudou” a
coletar doações (certamente não declaradas, ou seja, se assim o for, trata-se
de Caixa Dois) para a campanha eleitoral da presidente Dilma Rouseff. O tiro
não foi direcionado apenas ao Partido dos Trabalhadores (PT). Pagot também
mirou no Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) ao revelar que verbas
do Rodoanel foram desviadas para o “Caixa Dois” da campanha de José Serra em
2010. Por acertar no alvo tanto de quem está no poder quando de quem se diz
oposição, ainda que sejam meras insinuações de Pagot, essas duas “revelações”
talvez expliquem o temor de Pagot abrir a boca. Pode ser que ele não revele
muita coisa. Mas, que Pagot, se quiser, tem muito a dizer, disso ninguém
duvida.
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