quarta-feira, 6 de junho de 2012

Trip e TAM: crônica de uma mala abandonada


A operação de Code Share feita pela TAM Linhas Aéreas com a Trip, entre Manaus e Uberlândia, causou-me constrangimentos e seria motivo de irritação extrema se eu, não sei de onde, não tivesse encontrado tanta calma em hora de crise. No dito Code Share, a TAM vende as passagens, mas, quem opera o trecho Manaus-Belo Horizonte é a Trip. Em Confins, você faz o último trecho, entre Belo Horizonte e Uberlândia, pela TAM. Minha passagem foi comprada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anysio Teixeira (Inep) na TAM. Cheguei em Uberlândia por volta das 22h do dia 3 de maio de 2012. Para a minha surpresa, nada da mala (aliás, uma mochila do meu filho), emprestada a muito custo. Um funcionário da TAM, em Uberlândia, revela que não é a primeira vez que a Trip deixa de embarcar as malas dos clientes no voo da TAM. Que eu esperasse um pouco a chegada do voo da Trip que “talvez” a mala viesse. A espera foi em vão. Eu e mais quatro pessoas ficamos sem as malas. Foram mais três pessoas com as malas perdidas. Uma delas foi estudante do Mestrado em Ciências da Comunicação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) que, por sorte, fazia o mesmo trajeto. Uma pessoa da família dela forneceu seu endereço a fim de quê, se a mala fosse encontrada, a empresa a entregasse lá e ofereceu-me carona do Aeroporto ao Hotel. Com a mesma roupa da viagem que começara às 14h com a chegada ao Aeroporto Eduardo Gomes, às 14h, sentia-me completamente desconfortável. Pior de tudo, passaria dois dias com a mesma roupa. No dia seguinte, 4 de junho de 2012, procurei o balcão da TAM no Aeroporto, expliquei a minha situação e recebi a autorização para gastar”a fortuna” de  R$ 100,00 com roupas e materiais de higiene pessoal. De acordo com a funcionária, era uma quantia emergencial. Pensava: como contar ao meu filho que a sua mochila tão recomendada tinha desaparecido no primeiro empréstimo? Esperei o dia 4 inteiro sem nenhuma notícia da mala. A manhã do dia cinco foi de ligações constantes para a empresa. Ainda havia uma esperança. No início da tarde do dia 5 desisti: dei a mala como perdida. Eis que, porém, na tarde do dia 5, recebo a alvissareira notícia da senhora que se tinha posto à disposição para receber a minha mala na casa dela que a empresa TAM entregara três malas: uma delas era a minha. E que ela deixaria no hotel por volta das 19h. Feliz da vida, saí para comprar uns queijos e doces. Era a minha forma de comemorar o retorno da tão recomendada e querida mala do meu filho. Hoje volto para Manaus na mesma operação de Code Share às avessas. Estou aqui no Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, aflito: será que não vão sumir de novo com a bendita mala?

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