É inaceitável a reação de
um conjunto enorme de pessoas à reportagem exibida pela Rede Globo de Televisão
em seu programa dominical Fantástico, sobre a corrupção que corre solta, no
caso da reportagem, nas compras do Hospital Universitário do Fundão, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Relativizar a corrupção a ponto
de banalizá-la é grave, inclusive, para a democracia. O argumento de que isso
existe desde o descobrimento, portanto, está institucionalizado, não se
sustenta. Pela grandeza que possui e pela amplitude de audiência, a Globo tem a
obrigação social de denunciar todos os dias, se possível, os casos escabrosos
de corrupção vergonhosa como aquele no qual as empresas combinavam a
participação na licitação do hospital para fraudá-la e distribuir favores.
Pensar em institucionalizar os 10% (dez por cento) de comissão para todas as
transações com o poder público é tão cretino quanto praticá-lo descaradamente.
É nosso dever de cidadão indignar-se diante de tanta bandalheira como a que foi
denunciada pela Rede Globo. Não fazê-lo é entregar os pontos no presente e
enterrar o futuro antecipadamente.
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