terça-feira, 20 de março de 2012

A banalização da corrupção ao extremo


É inaceitável a reação de um conjunto enorme de pessoas à reportagem exibida pela Rede Globo de Televisão em seu programa dominical Fantástico, sobre a corrupção que corre solta, no caso da reportagem, nas compras do Hospital Universitário do Fundão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Relativizar a corrupção a ponto de banalizá-la é grave, inclusive, para a democracia. O argumento de que isso existe desde o descobrimento, portanto, está institucionalizado, não se sustenta. Pela grandeza que possui e pela amplitude de audiência, a Globo tem a obrigação social de denunciar todos os dias, se possível, os casos escabrosos de corrupção vergonhosa como aquele no qual as empresas combinavam a participação na licitação do hospital para fraudá-la e distribuir favores. Pensar em institucionalizar os 10% (dez por cento) de comissão para todas as transações com o poder público é tão cretino quanto praticá-lo descaradamente. É nosso dever de cidadão indignar-se diante de tanta bandalheira como a que foi denunciada pela Rede Globo. Não fazê-lo é entregar os pontos no presente e enterrar o futuro antecipadamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário