quinta-feira, 22 de março de 2012

Operação alma penada em Manaus



A moda de batizar operações de busca e apreensão, inaugurada pela Polícia Federal, bem que poderia ter sido copiada pela Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), ontem, ao realizar uma operação de fiscalização no Cemitério São João Batista, em Manaus. E não há dúvidas de que poderia ser “Operação alma penada”. Pasmem, leitores e leitoras! Servidores, de todos os níveis do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), inclusive médicos, segundo as denúncias, usavam as ruas e alamedas do Cemitério como estacionamento. Em entrevista a uma rádio de Manaus, o administrador do São João Batista revelou que, em alguns casos, as pessoas saiam dos carros com velas, acendiam em alguma sepultura, para fingir que a parada no cemitério era uma oblação, e depois iam embora trabalhar. Há dois pontos reveladores nas denúncias e no episódio. O primeiro deles é a cara-de-pau das pessoas, a capacidade de tentar fingir de qualquer forma, para desavergonhadamente tentar burlar a fiscalização. O segundo, é o gargalo da falta de espaço em áreas centrais e próximas aos hospitais que, construídos em tempos idos, não previam o intenso fluxo de pessoas em automóveis. Com isso, nem os mortos podem mais descansar sossegados.

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