No marketing em geral, de
cada 10 produtos lançados no mercado, dois permanecem e oito desaparecem nos
primeiros dois anos. Essa tem sido a regra, também, para as novas empresas. De
cada 10, oito morrem nos primeiros dois anos e duas sobrevivem. Ao fazer o meu
curso de Mestrado em Marketing e Finanças, na Universidade de São Paulo (USP),
na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), sempre usei
esses números para discordar ferenhamente de que o Marketing é Ciência. Ora, se
de cada 10 produtos, oito dão errado, isso não é científico. No máximo, se nos
apresenta como uma regra de Pareto, aquela conhecidíssima regra de que tudo na
vida tem 20% de chances de dar certo e 80% de dar errado. Defendo que o
Marketing é um conjunto de ferramentas que, se bem-utilizadas, pode ajudar a
reduzir as incertezas e alavancar alguns negócios. Há negócios, porém, que,
talvez por serem abertos intuitivamente, possuem enormes chances de dar errado.
Até o nome, em determinados casos, pode contribuir para “enterrar de vez” o
negócio. Por exemplo, dia desses passei por um novo empreendimento no
Vieiralves, bairro chique de Manaus, que, a cada dia, fica menos residencial e mais
de negócios a céu aberto. Trata-se de um açougue, com pouco menos de uma semana
de funcionamento. É o “Açougue Popular”. No mesmo dia, cruzei com outros dois
empreendimentos, agora, no Bairro Japiimlândia. Eram o Açougue Deus é Fiel e o
Box Deus é Fiel. Imediatamente lembrei-me do açougue do Vieiralves. E pensei:
como uma dondoca, ricaça, do Vieiralves, irá entrar em um “Açougue Popular”.
Fosse aqui no Japiimlândia até que concorreria com o “Deus é Fiel”, mas, no
Vieiralves, pode até dar certo, porém, a tendência é fechar. Pelo público ao
qual se destina, um açougue, no Vieiralves, nem açougue deveria ter no nome.
Quem sabe, não atraísse muito mais os endinheirados e endinheiradas se fosse “Casa
de Carnes Fino Corte”? Não é querer agourar o negócio dos outros, mas, “Açougue
Popular”, no Vieiralves, tem tudo para não durar muito.
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