Todas as vezes que leio uma notícia como
essa, “Ex-secretário
condenado por pedofilia tem pena reduzida”, fico com a sensação de que há
certa condescendência de grande parte, tanto do poder executivo quanto do
judiciário, relacionada aos crimes de pedofilia, que, aliás, legalmente, ainda
não é nem considerada crime. Nem os jornalistas ficam de fora dessa espécie de “aceitação
escondida” do crime. É como se, coletivamente, às escondidas, é claro,
dissessem: “Quem não gosta de pegar uma menininha?” Será que agiriam assim se a
vítima fosse a própria filha? Talvez sim, afinal, as estatísticas comprovam
que, nos casos de pedofilia, 90% por cento das agressões são cometidas por
pais, padrastos, parentes mais próximos ou amigos da família. A pedofilia é uma
patologia que precisa ser curada. Pelo jeito, não apenas do ponto de vista
individual, mas, coletivo. E para que isso ocorra, não pode haver
condescendência de ninguém. Muito menos de que influencia diretamente a
coletividade. Não se pode, nem publicamente, nem na vida privada, encarar com a
maior normalidade o fato de um cinquentão ser preso em um motel com três
adolescentes, como o foi no caso noticiado. De que adianta condená-lo
publicamente se, nos bastidores, forem feitas piadinhas inescrupulosas sempre criminalizando
as adolescentes? Essas meninas, em alguns casos, sobrevivem à miséria com a prática
da prostituição, grande parte das vezes com políticos ou “figuras carimbadas”
da “vida social”. A combinação de tratamento e penas rigorosas talvez seja o
remédio. A cura, porém, só virá quando as condições de vida forem distribuídas equanimemente
a fim de que a miséria não seja mais, em alguns, casos, a desculpa para se
aceitar a prática da pedofilia.
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