A entrevista do prefeito de Manaus,
Amazonino Mendes (PDT) a uma rádio de Manaus recentemente, mais parece um choro
público de um “pai ressentido” com dois dos seus “filhotes”, que se tornaram
políticos mais bem-sucedidos que ele nacionalmente. Mendes disse que a sua
primeira cria, Alfredo Nascimento (PR) foi consumido pela vaidade e que o
senador Eduardo Braga (PMDB) fora indicado por ele porque Braga e a família
dele estavam endividados a ponto de o senador ameaçar “deixar o País tentar a
vida nos Estados Unidos”. Não é a primeira vez que Mendes fala do motivo que o
levou a indicar Braga como seu sucessor em 2002 no Governo do Estado: com o
único fim de ajudá-lo. Antes, fizera declaração semelhante no seu próprio
jornal Porém, é a primeira vez que Mendes faz uma espécie de reprovação
públicas das atitudes de Braga ao dizer que se tornou "vitorioso através
de ações não recomendáveis", que o próprio Amazonino não faria. A fala de
Mendes na rádio, além de parecer indicar uma saída da vida pública é trágica
por não poder ser lacônica. Antes de tudo porque, é inadmissível que uma
liderança política admita, agora pela segunda vez, que indicou o seu sucessor
com a finalidade de tirá-lo da bancarrota. Quer dizer que o Governo do Estado é
cargo para enriquecer político falido? Para completar, Mendes me sai com essa
declaração de que Braga teria se tornado vitorioso “através de ações não
recomendáveis". Não há Ministério Público neste Estado? Como pode um
prefeito, ainda no exercício do mandato, acusar um senador de ter usado “práticas
não recomendáveis” no exercício do mandato de governador? Se essas práticas são
capazes de envergonhar o próprio Amazonino Mendes, conhecido por não ser
nenhuma Madre Teresa de Calcutá da política, o que não teria feito Braga no
poder? E, se Mendes sabe quais praticas foram essas, não tem a obrigação de
denunciá-las? As acusações, por mais que não pareçam inicialmente, são
gravíssimas e, fosse o Amazonas um Estado com o Ministério Público atuante,
seriam imediatamente investigadas, afinal, envolvem o uso indevido de recursos públicos
ou práticas reprováveis na administração pública. É muito mais sério do que a
mera demonstração de ressentimento de um pai político.
Visite
também o Blog de Educação do professor Gilson Monteiro e o Blog Gilson Monteiro Em Toques. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário