domingo, 29 de janeiro de 2012

Teste o seu grau de racismo e preconceito velados


Defendo ferozmente que não devemos ter nenhum tipo de preconceito. Entendo, porém, que o racismo, em particular, e o preconceito, em geral, estão enraizados nas nossas práticas culturais. Não é impossível, por exemplo, que sejamos preconceituosos e racistas, inclusive machistas, sem percebermos. Lutar contra isso, porém, é uma tarefa diária, em cada minuto dos nossos dias. É preciso criar uma espécie de “policial antipreconceito interior” em plantão 24h ao dia. É como se nossos ID, Ego e Superego fossem bombardeados a vida inteira com o “preconceito” e tríade psíquica não se entendesse quando se depara com ele de forma “velada”. Vejamos! Se você visse uma placa com o seguintes dizeres “PROIBIDO”, em letras vermelhas, seguidos de “Prática de rituais religiosos”; depois: “Mata Atlântica: área de preservação ambiental”, consideraria preconceituosa? Ainda mais se fosse colocada próximo às cachoeiras? Pois é. Aparentemente não o é. Recebi do meu amigo e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Welton Oda, e-mail com a “A Carta de Indignação” do Centro de Pesquisa da Arte e Cultura Afro-brasileira dirigida ao Governo do Paraná que deflagrou a dita “campanha de proteção” aos parques e cachoeiras. Na carta, o Centro explica: “Os espaços verdes, como os parques, as matas, as montanhas, são lugares sagrados, pois são moradia da presença divina e possibilitam o contato direto com esta presença, da mesma maneira que as igrejas e os lugares de culto nas demais religiões.” Fiquei a me perguntar: “se católicos pegassem um monte de imagem de santos e fossem rezar junto às cachoeiras, seriam proibidos? Ou a tal placa só serve para proibir os rituais da cultura afro-brasileira?” Essas dúvidas me fizeram escrever sobre o assunto hoje. Que cada um de nós responda por si e teste qual o grau de preconceito velado que carrega. Será um bom exercício para o domingo. E que continue todos os dias daqui para a frente.

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