Defendo ferozmente que não
devemos ter nenhum tipo de preconceito. Entendo, porém, que o racismo, em
particular, e o preconceito, em geral, estão enraizados nas nossas práticas
culturais. Não é impossível, por exemplo, que sejamos preconceituosos e
racistas, inclusive machistas, sem percebermos. Lutar contra isso, porém, é uma
tarefa diária, em cada minuto dos nossos dias. É preciso criar uma espécie de “policial
antipreconceito interior” em plantão 24h ao dia. É como se nossos ID, Ego e
Superego fossem bombardeados a vida inteira com o “preconceito” e tríade
psíquica não se entendesse quando se depara com ele de forma “velada”. Vejamos!
Se você visse uma placa com o seguintes dizeres “PROIBIDO”, em letras
vermelhas, seguidos de “Prática de rituais religiosos”; depois: “Mata
Atlântica: área de preservação ambiental”, consideraria preconceituosa? Ainda
mais se fosse colocada próximo às cachoeiras? Pois é. Aparentemente não o é.
Recebi do meu amigo e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam),
Welton Oda, e-mail com a “A Carta de Indignação” do Centro de Pesquisa da Arte
e Cultura Afro-brasileira dirigida ao Governo do Paraná que deflagrou a dita “campanha
de proteção” aos parques e cachoeiras. Na carta, o Centro explica: “Os espaços
verdes, como os parques, as matas, as montanhas, são lugares sagrados, pois são
moradia da presença divina e possibilitam o contato direto com esta presença,
da mesma maneira que as igrejas e os lugares de culto nas demais religiões.”
Fiquei a me perguntar: “se católicos pegassem um monte de imagem de santos e
fossem rezar junto às cachoeiras, seriam proibidos? Ou a tal placa só serve
para proibir os rituais da cultura afro-brasileira?” Essas dúvidas me fizeram
escrever sobre o assunto hoje. Que cada um de nós responda por si e teste qual
o grau de preconceito velado que carrega. Será um bom exercício para o domingo.
E que continue todos os dias daqui para a frente.
Visite também o Blog de
Educação do professor Gilson Monteiro e o Blog Gilson Monteiro Em Toques.
Ou encontre-me no www.linkedin.com e
no www.facebook.com/GilsonMonteiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário