terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Os hábitos saudáveis e a qualidade de vida


O Padre Anísio Baldessin, coordenador da Pastoral da Saúde da Arquidiocese de São Paulo, no Semanário Litúrgico-catequético “O Domingo” (Número 4, de 22/01/2012), apresenta um texto denominado “Saúde: uma questão de atitude”, que me chamou a atenção pela forma esclarecedora com que se inicia: “Cuidar da saúde é dever do Estado. Esta afirmação não merece nenhuma contestação – pois está escrita na Constituição. Portanto, não podemos querer caminhar na contramão, tirando essa responsabilidade do poder público. Além disso, pela quantidade de impostos que pagamos, o governo não faz mais do que a obrigação quando zela pela saúde da população.” O texto também apresenta dados interessantes que merecem ser difundidos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o aumento da qualidade de vida depende em 53% dos hábitos saudáveis; 20% do meio ambiente; 17% da herança genética e 10% da assistência médica. Voltemos ao texto do Padre Baldessin: “Portanto, não se deve esquecer que a doença é fenômeno intimamente ligado à natureza, cujas causas devem ser procuradas nela e resolvidas em seu âmbito. Além disso, é bom lembrar que os cuidados naturais valem até mais do que qualquer devoção ou ato religioso para preservar a saúde – ainda que estes também tenham seu papel a cumprir”. Límpido por esclarecer que a saúde não depende de atos religiosos, o texto não aprofunda uma discussão que precisa ser travada, Ora, se a qualidade de vida depende apenas 10% da assistência médica, não significa que estados e municípios devam diminuir os gastos em saúde. Ao contrário, paralelamente a eles, devem investir massiçamente em esportes, cultura, atividades de lazer e criação de espaços públicos para a prática esportiva. O dinheiro público gasto em campanhas promocionais de governadores e prefeitos também deveria ser investido em campanhas de esclarecimentos sobre os benefícios dos hábitos saudáveis para a qualidade de vida, portanto, para a saúde. Assim, os investimentos na construção de hospitais diminuiriam e a população teria uma vida melhor e mais longa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário