domingo, 22 de janeiro de 2012

A conversão pela opressão: esse Deus existe?


Mantenho o hábito de criança de freqüentar a Igreja católica, aos domingos, todas as vezes que estou em Sena Madureira. Já não consigo mais manter o ritmo de comungar diariamente. Nem mesmo aos domingos comungo mais. Gosto, porém, de algumas reflexões das leituras e das homilias, para o bem ou para o mal. Hoje, chamou-me a atenção a primeira leitura “da profecia de Jonas”. Nela, “a palavra do Senhor foi dirigida a Jonas pela segunda vez: “Levanta-te e põe-te a caminho da grande cidade de Nínive e anuncia a mensagem que eu te vou confiar”. Depois a leitura explica que Nínive era uma cidade muito grande, a qual Jonas precisou de três dias para atravessá-la, a pregar a mensagem do Senhor: “Ainda quarenta dias, a Nínive será destruída”. Em seguida vem:”Os ninivitas acreditaram em Deus; aceitaram fazer jejum e vestiram sacos, desde o superior ao inferior. Vendo Deus as suas obras de conversão e que os ninivitas se afastavam do mau caminho, compadeceu-se e suspendeu o mal que tinha ameaçado fazer-lhes, e não o fez.” Tenho o maior respeito pelo Padre Paulino Maria Baldassari, porém, não posso concordar nem com o comentário dele na homilia, ao dizer que “os ninivitas tinham uma disposição para a conversão”, nem com a leitura. Perdoe-me Padre Paulino, mas o ninivitas não tinham saída: ou se convertiam ou morriam. Não acredito nesse Deus criado pelos evangelhos, que oprime pela força. Um Deus de bondade convence, dá liberdade e autonomia. Duvido muito da existência de um Deus da opressão!

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