segunda-feira, 27 de maio de 2013

O movimento dos sem-vergonha

Há, embora informalmente constituído, um dos movimentos mais fortes na política brasileira, muito além dos sem-terras ou dos sem-tetos, é o movimento dos (políticos) sem-vergonha. É um movimento que arrebanha membros em todos os quadrantes do País. Na minha cidade natal, Sena Madureira, então, localizada a 144 da capital, Rio Branco, há tantos próceres que mais parece ser a sede nacional desta empreitada baseada em surrupiar dinheiro dos cofres públicos. Nos últimos anos, a cidade elegeu a nata da sem-vergonhice local e aprendeu, como nunca, a se locupletar do dinheiro público. O momento atual só tem paralelo com a época em que Normando Sales deixou a prefeitura em frangalhos, pegou um avião e se mandou, e os funcionários da Prefeitura ficaram sem pagamento. Entre os "adoradores" deste movimento, honestidade administrativa se paga com ingratidão, enquanto eles, os eleitores, também se locupletam com míseros trocados em troca de votos. E a cidade que afunde nos buracos, no lixo e na inoperância da Prefeitura. A Sena Madureira de hoje me enche de vergonha. Não fossem minha mãe e meus irmãos, não teria o menor prazer em pisar no solo no qual nasci. A Sena Madureira dos últimos anos envergonha que por ela passa: desde à saída de Rio Branco, com a estrada, passando pela ruas esburacadas e abandonadas. Nitidamente falta governo e sobra falta de vergonha.


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