Dia desses li, no Twitter, um comentário do meu amigo Robson
Franco, sobre a hora da merenda: "Sou do tempo em que levar merenda de
casa, além de saudável, reforçava laços familiares e de amizade!" Simples,
singelo e de uma profundidade sem igual, levou-me aos corredores do Instituto
Santa Juliana, em Sena Madureira, minha terra natal, quando a pobreza era
tamanha que a necessidade (de comer) superava a vontade (de aparecer, entre os
colegas, por exemplo). Hoje em dia, um adolescente prefere morrer (até de fome)
a levar "uma merenda" para escola. O termo "merenda",
inclusive, carrega um significado de coisa, velha, antiga, antiquada. Será que
perdemos a ternura, a capacidade de estabelecer vínculos com os colegas e na própria
casa? Será um pecado tão imperdoável um jovem ou uma jovem levar seu lanche de
casa? Jovem nenhum aceita "pagar um mico desses". É como se levar o
lanche de casa fosse um sinal determinante de pobreza. E, ao que tudo indica,
os jovens de hoje não se aceitam, não se suportam como pobres. Ainda que o
sejam, ao que parece, preferem aparentar uma riqueza que não possuem, sem
perceber que tal prática revela uma pobreza (de espírito) absoluta. Perdemos o saudável
hábito de a própria mãe preparar a merenda com extremo carinho. Fazê-lo, hoje,
talvez seja visto pelo filho ou filha como um acinte. Uma pena!
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