Não vejo jogo de futebol
apenas como diversão. Principalmente quando o meu time joga. E perde. Como
ocorreu ontem no jogo em que o Vasco da Gama foi derrotado por 2 x 1 pelo
Nacional do Uruguai. Há, no futebol, lições que servem para a vida e comprovações
de teorias que, às vezes, se nos apresentam áridas. O jogo de ontem, por
exemplo, comprovou claramente que o futebol é um sistema muito mais complexo do
que a vã complexidade é capaz de não-explicar. Ficou evidente que onze
jogadores juntos, por mais talentosos que sejam, não formam um time. Ou seja,
em um sistema complexo, e vivo, como o é um time de futebol; o todo é muito
mais que a soma das partes. Como defende Edgar Morin, no que chama de
pensamento complexo, a vida é feita de acasos. O futebol também. Meros acasos,
nada mais que eles, definem um resultado. A melhor jogada, a mais bem-feita,
nem sempre termina em gol. Nos jogos, o olhar do observador, ou seja, da torcida,
é essencial. Diria, até, fundamental. E pode mudar um jogo. Como no conhecido
episódio das “fendas dobradas”, o time muda, como as partículas, a partir da “forca
do observador”, ou seja, que vem das arquibancadas. No jogo, o Vasco fez um gol
contra, com Dedé; seu colega de zaga, Rodolfo, entregou o outro no início do
segundo tempo. O time perdeu dois gols ditos feitos, o Nacional também perdeu
um assim, mas quem saiu de campo derrotado foi o Vasco. O observador, como eu,
prefere um time mais voluntarioso e com raça, como no segundo tempo, do que um monte
de craques que não acerta nada. Na vida como na bola, unir especialistas em
torno do objetivo não significa que o ponto ótimo será atingido. Cabe a nós,
especialistas ou não, estarmos preparados para lidar com toda espécie de acaso
que nos possa ocorrer.
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