Definitivamente, os fatos
parecem dar razão à Gol Linhas Áreas, quando decidiu suspender os voos noturnos
para o Acre. Voar para aquelas bandas, a cada dia, torna-se uma aventura das mais
perigosas. Ontem, quanto retornei para Manaus, cheguei ao Aeroporto de Rio
Branco por volta das 13h40. O voo 1938 da Gol, vindo de Cruzeiro do Sul, com
destino a Fortaleza e escalas em Rio Branco, Porto Velho, Manaus e Belém,
estava com embarque previsto para às 15h e partida às 15h10. Previsão de
chegada a Manaus? Às 18h32. Tudo isso se uma chuva torrencial que desabou sobre
o Acre durante todo o dia de ontem não provocasse uma atraso substancial nos
planos dos passageiros. Por não operar por aparelhos, ao chegar a Cruzeiro do Sul,
a aeronave não teve teto, ou seja, não pode pousar. Após algumas tentativas, o
piloto decidiu retornar para Rio Branco. Em terra, às 14h38, o funcionário da
Gol avisou que “não houve teto em Cruzeiro do Sul, a aeronave estava pousando
às 14h40 e, provavelmente, partiria para Porto Velho mais cedo. Deveríamos,
porém, esperar as orientações da Central, em São Paulo”. Os passageiros que
estavam na sala de embarque trocaram olhares de felicidade com a perspectiva de
chegar mais cedo ao destino. Fiquei a matutar com meus botões: isso só poder
ser alarma falso. A Gol teria de pagar hospedagem e alimentação para todos os
passageiros que fiassem em Cruzeiro do Sul, à espera de um novo vol. Em Rio
Branco, também teriam de ficar, com hospedagens e diárias, os passageiros que
tinham Cruzeiro do Sul como destino. Afora que, até abrigar todos os
passageiros em outros voos, raros agora em Rio Branco, provocaria prejuízos
enormes às empresa. Conclui comigo mesmo: duvido que esse voo seja “adiantado”.
Eles vão é mandar a aeronave de volta a Cruzeiro do Sul, pensei e decidi nem
ligar para casa e dar a notícia da chegada antecipada. Minutos depois, uma nova
funcionária da Gol aparece no saguão e anuncia: “o voo 1938, com destino a
Fortaleza e escalas em Porto Velho, Manaus Belém está atrasado. A aeronave, que
está no pátio, será abastecida e retornará a Cruzeiro do Sul.” Aproximadamente
20min depois, outra funcionária (creio que eles praticam o rodízio de
anunciantes de más notícias para não provocar a revolta dos passageiros), ainda
com a aeronave no pátio, anuncia: “Informamos que o voo 1938, com destino a
Fortaleza, escalas em Porto Velho, Manaus e Belém, está atrasado e com pouso
previsto neste aeroporto às 18h”. Então, distribuíram um folheto com
informações sobre os direitos dos clientes em casos como aqueles. Cobre o
direito ao acesso à Internet. Ela argumentou que não possuíam Internet, mas,
apenas Intranet. “No caso só podemos oferecer telefone”, disse ela. E o lanche?
Ela completou: “Daqui a 10min começaremos a servir”. Solícitos até então, não
avisaram ninguém da entrega de um voucher de R$ 15,00 para os passageiros. Quem
descobriu a novidade tratou de avisar os outros. Moral da história: eu que
cheguei ao aeroporto às 13h30, com a sinusite atacada, febre, dores no corpo e
ardência nos olhos, esperei até às 18h18 para embarcar, horário previsto para
chegar em Manaus. Cada pouso, um em Porto Velho e outro em Manaus, era uma
tortura. Consegui imaginar o que não passavam as pessoas torturadas na época da
ditadura. Aquele som agudo provocava dores inimagináveis. Tecnicamente tranqüilo,
tantos nos pousos quanto das decolagem, foi o pior voo da minha vida.
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