Hoje escolhi homenagear
uma das figuras mais lutadoras que conheci na vida: meu primeiro querido, Henderson
Guedes Vieira, filho da minha prima Maria Lúcia Guedes Monteiro, outra
guerreira que merece loas na luta pela vida do filho, e do meu amigo João Edmar
Vieira. Desde o nascimento, há 30 anos, Henderson precisou fazer hemodiálise,
por possuir insuficiência renal crônica. Isso obrigou os pais a fazerem viagens
constantes para São Paulo, pois, à época, em Rio Branco, capital do Acre, não
havia tratamento adequado. Até que decidiram fixar moradia na capital paulista para
cuidar do filho. Não conheço mãe mais dedicada e que tenha se entregado à luta
pela vida do filho quanto Maria Lúcia. O sofrimento não a abatia. Muito menos
abatia Henderson, que lutava desesperadamente pela sobrevivência. Amigo,
atencioso, solidário, ele jamais me permitia passar por São Paulo sem que lá
fosse. Rodava as ruas da cidade comigo, fazíamos compras, dividia o quarto dele
comigo, o computador, a rede de Internet, o que fosse preciso. Mais que essa
solidariedade, meu primo querido ficará na minha lembrança como um guerreiro,
um lutador. Com todas as dificuldades, aproveitou a vida o máximo que pôde, dentro
das limitações que a doença o impingia. Passou por três transplantes de rim,
inclusive, um deles doado pela mãe. Não conseguiu a cura. Recentemente, esteve
em Sena Madureira, cidade natal da mãe, e foi obrigado a enfrentar o apagão de
energia do final do ano de 2011. Por não poder fazer o tratamento e pelos
problemas enfrentados com a falta de energia, confidenciou a mim, por
intermédio do Facebook, quando soube que eu iria passar as férias, em janeiro e
fevereiro deste ano, que “nunca mais voltaria ali naquela cidade”. Foi profético! Hoje ele deixou o nosso meio, em São Paulo. Que descanse em paz e receba essa homenagem com o carinho de quem reconhece o
tamanho do teu valor como ser humano. Henderson, parceiro de muitas horas em
São Paulo, você marcou na sua passagem pela Terra.
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Trabalhei como enfermeira na unidade de hemodiálise onde o Henderson fazia seu tratamento aqui em SP. E para todos nós tem sido muito difícil compreender esta perda. A toda família nossos sinceros sentimentos. Erika
ResponderExcluirObrigada, Erika, pelo carinho que vc teve com meu filho todos esses anos. Vc foi muito especial para ele. Ele vivia dizendo que amava todos vocês... E era muito bem tratado.
ExcluirMeu caro Gilson você me emocionou, cara; lágrimas esvairam-se, sinceramente!
ResponderExcluirquanto mais me deparo com depoimentos como esse, mas fico convencida que o ser humano precisa passar por provações desse porte para elevar o espírito dos que tem o privilegio de compartilhar sua dor. são pessoas como essa que fazem com que o ser humano evolua. É a marca que eles deixam neste mundo. um pouquinho deles em cada um dos que o acompanharam. belo texto, rica experiencia. obrigada como sempre.
ResponderExcluirPuxa, Gilson! Muito obrigada pela bela homenagem ao meu Dinho lindo. Eu costumo dizer que a força que eu tive para cuidar dele, vinha de Deus e do próprio Dinho. Deus te abençõe primo...
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