Grande parte das vezes que
participei das celebrações na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Sena
Madureira, minha cidade natal, elas foram celebradas pelo Padre Paulino Maria
Baldassari. Ontem, diferentemente, que presidiu a celebração foi o Padre
Zezinho. Natural de Sena Madureira, “lá do 16”, como dizem os habitantes que
conhecem a sua família lá do quilômetro 16 da estrada que liga Sena Madureira a
Rio Branco, o padre fez um sermão diferente. Menos centrado nas escrituras, que
falavam da passagem no “leproso” no Evangelho de Marcos, e mais em exemplos do
dia-a-dia; o padre chamou a atenção para as leis “que criamos”, mas não conseguimos
criar condições de pô-las em prática. Citou o exemplo de uma hipotética mãe,
com cinco filhos menores, que foi abandonada pelo companheiro. Como ela poderia
cumprir o Estatuto da Criança e do Adolescente? Terá de sair para trabalhar,
como fazê-lo sem ter com quem deixar os filhos? Esses questionamentos deixados
sem respostas, segundo o prazer, são espécies de exclusão social que criamos na
vida em sociedade. Ele próprio se incluiu nos exemplos, ao revelar a forma
ríspida como tratou uma pessoa que havia sido acolhida na Igreja e de lá não
queria mais sair. Muito bom ouvir um padre chamar a atenção, abertamente, no
sermão para as fraquezas humanas e as necessidades que temos de tentar
superá-las. Qualquer tipo de exclusão não deve ser condenado apenas pela
Igreja. Deve ser um exercício diário de respeito ao outro para tornar a
sociedade melhor. Antes de ser um desafio coletivo, trata-se de um exercício
pessoal permanente.
Visite também o Blog de
Educação do professor Gilson Monteiro e o Blog Gilson Monteiro Em Toques.
Ou encontre-me no www.linkedin.com e
no www.facebook.com/GilsonMonteiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário