Quando da primeira eleição do Partido dos Trabalhadores (PT) para a
presidência da República, comecei a desconfiar que o melhor para os
trabalhadores brasileiros era ter o PT na oposição. Hoje, depois de dois anos
do Governo Dilma Rousseff, não desconfio: tenho convicção de que o lugar do PT
na vida política brasileira, e para o bem da democracia burguesa vigente, é na
oposição. O problema, porém, é que os banqueiros, as montadoras de automóveis e
até os dirigentes reacionários de órgãos públicos e autarquias pensam
diferente. Para esses setores beneficiados diretamente em todas as medidas do
Governo, “Serra não faria melhor que Dilma”! Em se tratando da forma como lida
com os servidores públicos, então, nem Fernando Henrique Cardoso (FHC) foi tão
prepotente e autoritário. Mais grave que isso é a “Lei de greve” proposta pelo
Governo do PT. Ao entrar em vigor, definitivamente acaba com qualquer direito à
manifestação dos trabalhadores dos setores públicos. Se nos moldes atuais, com
toda a pressão dos setores, o Governo congela os salários dos trabalhadores por
mais de 10, o que não acontecerá quando (ou se) a Lei de Greve proposta for
aprovada? Nenhuma greve poderá mais ocorrer, assim como, certamente, nenhum
tipo de aumento será arrancado pelos trabalhadores. Indiretamente, trata-se do
fim do serviço público brasileiro: uma porteira aberta para a terceirização em
grande escala. Antes que isso aconteça, melhor a sociedade mandar o PT de volta
para a oposição.
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