segunda-feira, 14 de maio de 2012

Gol fatura R$ 3 milhões com a venda de lanches


O empresário Constantino Jr., dono da Gol Linhas Aéreas, tem qualidades inegáveis. Dentre elas o faro para ganhar dinheiro e o gosto pela inovação. Ainda que as inovações, do ponto de legal, possam ser contestadas. Uma prática antiga em empresas de ônibus, aliás, a especialidade da família dele, a venda de lanches entre as viagens, foi trazida para os ares. E, vejam só, leitores e leitoras! Embora a empresa mantenha sigilo absoluto sobre o assunto, nos bastidores, os números da experiência do mago Constantino Jr. são esplendorosos. Em pouco mais de três meses da experiência em alguns voos da companhia, a Gol deixou de gastar R$ 3 milhões e já vendeu R$ 3 milhões em lanches. O Midas dos transportes aéreos brasileiro trouxe para o ar uma velha experiência das empresas de ônibus. Lembro-me perfeitamente das viagens feitas entre Recife e João Pessoa, quando um lanche era vendido no próprio ônibus. O preço cobrado não era extorsivo. Talvez por isso vendesse como a água servida como brinde aos passageiros. Sábado, dia 12 de maio de 2012, no voo 1735, de Porto Alegre a Brasília, quando retornava de Montevidéu, foi a primeira vez que “provei” a novidade. Comi um sanduiche especial combinado com um capuccino, que recebe o nome de Combo 2, por R$ 15,00. Ganhei um desconto de R$ 2,00. Em separado, o lanche custa R$ 12,00 e o Capuccino R$ 5,00. Pontos polêmicos: talvez no ar não se apliquem as mesmas leis terrenas, pois, com certeza trata-se de venda casada. Outro aspecto: nos voos cujos lanches são comercializados, os passageiros não recebem nem um copo de água. Penso que o lanche padrão servido deveria ser mantido aos passageiros que não optassem por comprar o lanche. Há, ainda, a questão trabalhista. Os comissários de bordo também passaram a ser vendedores de lanches. Do montante vendido nos voos, recebem uma comissão de 5% para dividir entre os quatro membros da equipe. Dá R$ 1,25 por comissário ou comissária a cada R$ 100,00 vendidos. Uma coisa é certa: a novidade tem potencial para pegar e se tornar padrão na aviação brasileira. Só não sei é que os comissários vão aceitar essa superposição de funções quando os lucros começarem a surgir. Talvez exijam aumento no percentual da comissão. É esperar para ver!



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Um comentário:

  1. Deixaste-me nostálgico quando mencionaste o trajeto Recife-João Pessoa de ônibus,nesta matéria da Gol. Revi com os olhos da mente aqueles ônibus=vermelhos da empresa bomfim, que até hoje fazem esse percurso, vendendo "lanchinhos". Quando trabalhava em Recife, morando em João Pessoa, fazia isso diariamente. Ainda constato todos os anos em que visito o Nordeste, de férias. Que maravilha!

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