No
início da minha carreira de jornalista, a duplamente colega, hoje professora da
Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e jornalista das melhores, Ivânia
Vieira, certa vez, disse-me ser eu o tipo de jornalista que a notícia tropeçava
em mim. À época, sorrimos juntos, mas retruquei que esse “tropeçar” era fruto
de muito esforço, do compromisso social de praticar jornalismo 48h ao dia e de
estar sempre antenado e sensível a tudo o que for assunto que interessa ao
público: não especificamente a mim. Digamos que procurei sempre dar uma ajuda à
sorte. Ontem, mais uma vez, uma notícia que poucos brasileiros sabem tropeçou
em mim. Vejam só, leitores e leitoras! Terminado o primeiro dia do XI Congresso
Latinoamericano de Investigadores da Comunicação (Alaic), no Auditório da
Faculdade de Direito da Universidad de La República Uruguay, localizada à Avenida
18 de Julio, aproximei-me de um ônibus que levaria os conferencistas ao hotel.
Lá estava, ninguém menos que Juan Diaz Bodernave que havia aberto o evento com
a conferência “La comunicacion y el nuevo mundo posible”. Bodernave deve ser o
ídolo de 10 entre 10 estudantes de jornalismo. E isso se comprovou ontem:
estudantes e professores faziam questão de tirar fotos ao lado dele. Ao fim da
sessão de tietagem, o simpático velinho entrou no ônibus. Ainda fiquei a
conversar um pouco (não fiz nenhuma foto dele). Ao subir no ônibus vi que ele
estava sentado na primeira cadeira, à esquerda. Saudei-o com um aperto de mão e
dei os parabéns pela brilhante conferência de abertura. Ele convidou-me a
sentar ao seu lado e começamos a conversar. Falei de onde era e Bodernave disse-me
que gostava muito da região. Lá pela tantas, revelou que o filho dele, o ator
Chico Diaz, fizera muitas viagens à região. Não contente, puxou a carteira do
bolso e, orgulhoso, mostrou a foto do filho. Claro que eu já sabia quem era
Chico Diaz, mesmo que não visse a foto. Dificilmente alguém esquece o rosto de
quem passa anos e anos a aparecer nas novelas globais. Só não sabia que Diaz, o
ator famoso, era filho do famoso teórico e professor que embalou nossos estudos
do “pensamento comunicacional latinoamericano” durante anos. Feliz, Bodernave
repôs a carteira no bolso, despedi-me e levantei-me com a sensação do
privilégio de, mais uma vez, uma notícia tropeçar em mim. Ou você, leitor ou
leitora, sabia que Bodernave é o pai de Chico Diaz?
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