quinta-feira, 10 de maio de 2012

Quando a notícia tropeça no jornalista


No início da minha carreira de jornalista, a duplamente colega, hoje professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e jornalista das melhores, Ivânia Vieira, certa vez, disse-me ser eu o tipo de jornalista que a notícia tropeçava em mim. À época, sorrimos juntos, mas retruquei que esse “tropeçar” era fruto de muito esforço, do compromisso social de praticar jornalismo 48h ao dia e de estar sempre antenado e sensível a tudo o que for assunto que interessa ao público: não especificamente a mim. Digamos que procurei sempre dar uma ajuda à sorte. Ontem, mais uma vez, uma notícia que poucos brasileiros sabem tropeçou em mim. Vejam só, leitores e leitoras! Terminado o primeiro dia do XI Congresso Latinoamericano de Investigadores da Comunicação (Alaic), no Auditório da Faculdade de Direito da Universidad de La República Uruguay, localizada à Avenida 18 de Julio, aproximei-me de um ônibus que levaria os conferencistas ao hotel. Lá estava, ninguém menos que Juan Diaz Bodernave que havia aberto o evento com a conferência “La comunicacion y el nuevo mundo posible”. Bodernave deve ser o ídolo de 10 entre 10 estudantes de jornalismo. E isso se comprovou ontem: estudantes e professores faziam questão de tirar fotos ao lado dele. Ao fim da sessão de tietagem, o simpático velinho entrou no ônibus. Ainda fiquei a conversar um pouco (não fiz nenhuma foto dele). Ao subir no ônibus vi que ele estava sentado na primeira cadeira, à esquerda. Saudei-o com um aperto de mão e dei os parabéns pela brilhante conferência de abertura. Ele convidou-me a sentar ao seu lado e começamos a conversar. Falei de onde era e Bodernave disse-me que gostava muito da região. Lá pela tantas, revelou que o filho dele, o ator Chico Diaz, fizera muitas viagens à região. Não contente, puxou a carteira do bolso e, orgulhoso, mostrou a foto do filho. Claro que eu já sabia quem era Chico Diaz, mesmo que não visse a foto. Dificilmente alguém esquece o rosto de quem passa anos e anos a aparecer nas novelas globais. Só não sabia que Diaz, o ator famoso, era filho do famoso teórico e professor que embalou nossos estudos do “pensamento comunicacional latinoamericano” durante anos. Feliz, Bodernave repôs a carteira no bolso, despedi-me e levantei-me com a sensação do privilégio de, mais uma vez, uma notícia tropeçar em mim. Ou você, leitor ou leitora, sabia que Bodernave é o pai de Chico Diaz?

Visite também o Blog de Educação do professor Gilson Monteiro e o Blog Gilson Monteiro Em Toques. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário