Nem
queria tocar no assunto, porém, a acusação do ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) contra Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à revista Veja, tem de
ser posta a limpo tanto por ele quanto por Lula. Qualquer coisa publicada
ultimamente em Veja merece todos os senões do mundo. No entanto, não pode ser
simplesmente ignorada. É inconcebível a um presidente, ainda que de forma
indireta, sugerir a um ministro do STF ser “inconveniente” julgar o mensalão.
Ao STF não cabe ser conveniente ou não um julgamento. Tem de fazê-lo e ponto.
Nem por brincadeira, por outro lado, um ministro do STF pode esperar tanto
tempo para revelar episódio de tamanha gravidade. O próprio presidente do STF à
época, Nelson Jobim, nega o teor da conversa. Diz ele que não houve pressão.
Jobim precisa ser mais claro: Lula sugeriu ou não ser inconveniente o
julgamento? De cara, é pouco crível a história de Gilmar Mandes. No entanto,
Lula não poderia ter nem dito, muito menos insinuado, qualquer tipo de coisa
relacionada ao mensalão. Ele era o presidente da República e não um advogado de
defesa dos mensaleiros, ainda que grande parte seja do PT. A sociedade não pode
engolir a história e aceitar que se fique na mera troca de farpas públicas. Um
dos dois mente e isso é incompatível com os cargos que um ocupou e o outro
ocupa.
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