terça-feira, 17 de julho de 2012

Chantagem e machismo na política de Manaus


A revista Época desta semana revela que a disputa pela vaga de candidata à candidata à Prefeitura de Manaus teve muito mais lances sujos que meras conversas políticas. Segundo a revista, o senador Eduardo Braga (PMDB) teria convencido Rebecca Garcia (PP) a desistir da candidatura horas antes da convenção que a aclamaria como a escolhida do grupo político liderado pelo senador. Diz a revista que ao longo da conversa. “Braga abandonou a sutileza” e insinuou que poderiam aparecer fotos e vídeos em que Rebecca aparece com o Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Ary Moutinho Filho. Acresceu que poderiam surgir “boatos de outros romances”. Ainda de acordo com a revista, Rebecca explicara que seu romance com Moutinho ocorrera quando estava separada do marido e que não tivera nenhum outro relacionamento. Ao ouvir que poderia ocorrer uma “campanha sórdida” na família dela, Rebecca jogara a toalha. Conheço a deputada Rebecca Garcia vagamente. Não discutirei se o senador Eduardo Braga praticou ou não a chantagem revelada pela revista Época. Quem quiser que vá ao link e tire conclusões. Quero, porém, deixar alguns pontos para discussão. Vejamos! Se Rebecca Garcia estava separada do marido e teve um romance com Ary Moutinho sem que isso prejudicasse a sua atuação parlamentar, o fato diz respeito a quem? No máximo, à esposa de Moutinho, se paralelo ao romance com Garcia, Moutinho mantivesse o casamento. Considero, porém, que se trata de um problema de vida provida, portanto, que não cabe a mim (nem a ninguém) condenar ou não. Não me lembro, desde que cheguei a Manaus, em 1979, de ter visto nenhuma condenação pública de qualquer político homem, por possuir uma amante. Para o homem, ainda mais se for político, quanto mais amante tiver, mais macho (parece). Rebecca Garcia, no meu entendimento, se não foi vítima de chantagem, sofreu, abertamente, pressão machista inaceitável. Se ao homem (político) é dado o direito de possuir quantas amantes quiser (e aguentar) sem que isso interfira na sua vida pública, é justo que se dê o mesmo direito à mulher. Ter amante ou não é algo que deve ser discutido e decidido entre Rebecca Garcia e o marido. Mais ninguém! Caso não, a história de que os direitos são iguais é mera figura de linguagem. E acaba criando condições para “campanhas sórdidas” e machistas inaceitáveis nos tempos atuais.

Visite também o Blog de Educação do professor Gilson Monteiro e o Blog Gilson Monteiro Em Toques. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário