Aprendi, desde os idos tempos do meu curso de jornalismo, que o
trabalho essencial de um repórter é levantar dados, pesquisar, perguntar. Perguntar,
então, é o fundamental na ida de um profissional de jornalismo, essencialmente
do repórter. Ultimamente, porém, algo tem me incomodado tanto nas emissoras de
rádio e televisão locais quanto nacionais: a forma de perguntar de grande parte
dos repórteres. O que vejo e ouço a ponto de provocar essa postagem. Preste a
atenção, leitoras e leitores! Ouça as rádios, veja as TVs: não se pergunta mais.
O que se tem, até nas transmissões de futebol, é uma análise prévia, quase uma
dissertação. E são tamanhos os absurdos que chegam a parecer piada. Dia desses,
ouvia o jogo de futebol do meu time favorito. Terminado o primeiro tempo, o
repórter foi “ouvir” um dos jogadores do meu time. Fez uma análise toda a atuação
do time, quase o comentário inteiro do intervalo e tascou a pergunta: “Não é?”.
Tem sido assim: um comentário, uma manifestação do repórter para, ao final,
perguntar se o entrevistado concorda ou não. A “profissão do repórter” é
perguntar. O jornalismo que se pratica atualmente é deplorável. Há que se
avisar a esses jovens jornalistas que o âncora não deve sair da bancada e ir
para as ruas. Quem deve “brilhar” em uma entrevista é o entrevistado não o
entrevistado. Se for apenas para confirmar o que o repórter pensa, não se faz
necessária a presença de outra pessoa no vídeo. Ou por trás dos microfones das
rádios. Há que se repensar esse jornalismo de “autoajuda” antes que a prática
nociva se transforme em regra.
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