As investigações da Polícia Federal (PF)
realizadas para a operação denominada Porto
Seguro aproximam-se cada vez mais da Presidência da República. A PF, na
operação, desmontou a quadrilha infiltrada em órgãos públicos que comprava
pareceres técnicos. De acordo com o relatório de inteligência da PF, a ex-chefe
de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de
Noronha, disse aos irmãos Vieira (Paulo e Rubens) que trataria da nomeação
deles diretamente com “PR”. Em nenhum momento os documentos aos quais a PF teve
acesso cita nominalmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entender
dos agentes da PF, ao escrever a sigla “PR”, Rose se referia a Lula, uma vez
que a sigla “PR” é o jargão usado internamente para denominar o “Chefe do
Executivo”. Os documentos também registram troca de e-mails entre Rosemary de
Noronha e “JD”, letras que, supostamente, significam José Dirceu. O Chefe do
Esquema, de acordo com a PF, é Paulo Vieira, ex-diretor de Hidrologia da
Agência Nacional de Águas (ANA). Ele e seu irmão, Rubens Vieira, nomeado
diretor de Infraestrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac), ascenderam ao poder no Governo Lula. Agora, após as investigações, as
suspeitas são de que a nomeação dos irmãos Viera tenha sido um dos “favores”
obtidos por Rosemary de Noronha com o fim de montar a quadrilha e infiltrá-la
nos órgãos públicos.
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