terça-feira, 13 de novembro de 2012

O STF e meus tempos de criança


O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, quando se decidia a pena a ser aplicado ao ex-ministro José Dirceu, ontem, agiu como aqueles meninos emburrados, que só integram o time de peladas da época da infância porque são os donos da bola, mas “correm” ao serem contrariados. Ninguém pode dizer nada contra o garotinho que ele pega a bola, faz beicinho e vai embora. O problema é que as reações de Lewandowski não conseguem mais esconder o incômodo que ele sente com a condenação da turma do “Mensalão” que pertence ao Partido dos Trabalhadores (PT). Durante anos, militantes petistas reclamaram a atuação do ministro Gilmar Mendes, que a invés de se portar como magistrado, aparentemente defendia o PSDB. Hoje, Lewandowski faz pior: mais parece atuar como advogado de defesa dos réus. Será que o único ministro que atua imparcialmente é ele? Todos os demais estariam a serviço do que os fundamentalistas do PT chamam de PIG (Partido da Imprensa Golpista)? Por muito menos, mas, muitíssimo menos, um mero Fiat Elba e uma Cachoeira artificial na Casa da Dinda, Fernando Collor caiu. Queriam que o STF fizesse vistas grossas para o “Mensalão”? Não me parece ser esse o caminho mais correto. Exigir punição de todos os mensaleiros sim, é algo que se pode defender caso o desejo seja o de uma país mais ético na política. E todos, inclusive ministro do STF, devemos parar de agir como crianças que fogem da raia ao serem contrariadas. Se o PSDB criou o Mensalão, que sejam punidos os seus mentores. Isso, porém, não dá direito ao PT de refiná-lo e ficar impune até que os criadores sejam julgados.

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