terça-feira, 2 de outubro de 2012

A taras e manias da mente humana


Neste mundo de humanos (será que são mesmos), há taras, manias e aberrações de horrorizar o mais criativo dos escritores. Talvez nem Nélson Rodrigues fosse capaz de bolar um enredo tão surreal quanto esse. Merece registro tanto por provocar indignação e revolta quando por despertar o sentimento de pena e busca de saídas para uma doença que, a cada dia, acomete mais pessoas aparentemente saudáveis. Enfrentar o problema e denunciá-lo, no entanto, é a melhor medida. Por mais estapafúrdio que possa ser, um empresário de 41 anos da cidade de Campinas, em São Paulo, foi preso em flagrante (a notícia só foi divulgada ontem), dentro de um carro, em uma das ruas de um bairro daquela cidade. Na hora da prisão, o pai abusava sexualmente da própria filha de 12 anos. Ao serem abordados pela Polícia, a filha confessou que o pai abusava constantemente dela há três meses e ela não contara para a mãe por medo. Detido em flagrante por suspeita de “estupro de vulnerável” o homem negou o fato e alegou que “eram histórias” da filha. Não tenho mais nem adjetivos para desqualificar quem pratica ato tão sórdido. Já fui até agredido em pleno Auditório Rio Negro, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) por tratar desse tema. Não desistirei de proclamar meu asco contra qualquer tipo de pedófilo. São pessoas dignas de penas pela pequenez da alma: precisam ser tratadas e constantemente acompanhadas para lidarem melhor com a doença. No entanto, não posso admitir que uma criança tenha a infância roubada por um asqueroso, um doente. Especialistas dizem que um pedófilo jamais deixará de sê-lo e precisa constantemente ser vigiado. Quando, porém, o ato violento parte de um pai, como manter essa vigilância? O problema é de uma complexidade sem igual. Admiti-lo e procurar ajuda talvez seja o caminho mais sensato. Ajudar numa hora dessas também é a melhor saída. No entanto, somos humanos e temos reações das mais adversas, principalmente por se tratar de uma violência sem igual. De uma coisa tenho certeza: a pedofilia tem de ser enfrentada. Com rigor e tratamento para quem estiver envolvido nos episódios de violência. Só assim teremos uma sociedade mais equilibrada, com pessoas capazes de controlar suas taras e manias.

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