Neste mundo de humanos (será que são mesmos), há taras, manias e
aberrações de horrorizar o mais criativo dos escritores. Talvez nem Nélson
Rodrigues fosse capaz de bolar um enredo tão surreal quanto esse. Merece
registro tanto por provocar indignação e revolta quando por despertar o
sentimento de pena e busca de saídas para uma doença que, a cada dia, acomete
mais pessoas aparentemente saudáveis. Enfrentar o problema e denunciá-lo, no
entanto, é a melhor medida. Por mais estapafúrdio que possa ser, um empresário
de 41 anos da cidade de Campinas, em São Paulo, foi preso em flagrante (a
notícia só foi divulgada ontem), dentro de um carro, em uma das ruas de um
bairro daquela cidade. Na hora da prisão, o pai abusava sexualmente da própria
filha de 12 anos. Ao serem abordados pela Polícia, a filha confessou que o pai
abusava constantemente dela há três meses e ela não contara para a mãe por medo.
Detido em flagrante por suspeita de “estupro de vulnerável” o homem negou o
fato e alegou que “eram histórias” da filha. Não tenho mais nem adjetivos para
desqualificar quem pratica ato tão sórdido. Já fui até agredido em pleno
Auditório Rio Negro, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), da
Universidade Federal do Amazonas (Ufam) por tratar desse tema. Não desistirei
de proclamar meu asco contra qualquer tipo de pedófilo. São pessoas dignas de
penas pela pequenez da alma: precisam ser tratadas e constantemente acompanhadas
para lidarem melhor com a doença. No entanto, não posso admitir que uma criança
tenha a infância roubada por um asqueroso, um doente. Especialistas dizem que
um pedófilo jamais deixará de sê-lo e precisa constantemente ser vigiado.
Quando, porém, o ato violento parte de um pai, como manter essa vigilância? O
problema é de uma complexidade sem igual. Admiti-lo e procurar ajuda talvez
seja o caminho mais sensato. Ajudar numa hora dessas também é a melhor saída.
No entanto, somos humanos e temos reações das mais adversas, principalmente por
se tratar de uma violência sem igual. De uma coisa tenho certeza: a pedofilia
tem de ser enfrentada. Com rigor e tratamento para quem estiver envolvido nos
episódios de violência. Só assim teremos uma sociedade mais equilibrada, com
pessoas capazes de controlar suas taras e manias.
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