terça-feira, 30 de outubro de 2012

O desafio hercúleo de arrumar Manaus


O prefeito eleito de Manaus, Artur Virgílio Neto (PSDB), não terá vida fácil a partir de janeiro de 2013. E, ao que tudo indica, tem plena consciência disso. Já marcou visita ao governado Omar Aziz (PSD) e pretende ir a Brasília, tentar audiência com a presidente Dilma Roussef (PT). Ainda que seja recebido com toda a boa-vontade do mundo, tanto por Aziz quanto por Rousseff, o prefeito de Manaus enfrenta uma tarefa quase mitológica: soerguer a cidade. Há três gargalos que precisam ser atacados urgentemente: transporte, saúde e limpeza pública. Em termos de transporte público, Neto terá de desarmar uma espécie de bomba-relógio que é uma espécie de máfia a dominar o setor: os mesmos donos revezam-se, criam empresas, participam de consócios e cooperativas, criam novas empresas e “não largam o osso”. Quando foi prefeito, Artur Neto não conseguiu nem “fazer cócegas” no setor. Ou age com rigor agora ou perde o rumo. Na saúde, o maior desafio é atender a demanda, cada vez maior, pelos serviços básicos. Administradora oficial do Sistema Único de Saúde (SUS), a Prefeitura se limita às “casas de saúde” como se isso solucionasse os problemas da cidade. Sem investir na medicina preventiva e em pensadas campanhas de esclarecimento para a população, o problema não será solucionado. No tocante à limpeza pública, é um dos problemas que, talvez, o prefeito consiga ter êxito com maior rapidez, por ser mais operacional que estratégico. No entanto, não se deve esquecer que o “tratamento” dado ao lixo também é uma questão de convencimento e de políticas públicas capazes de conscientizar a população de que hábitos higiênicos saudáveis interferem, para mais ou para menos, nos gastos com saúde pública e com a própria limpeza. Haja trabalho!

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